quinta-feira, 16 de julho de 2015

Isto é água 2015



Essa semana me veio muito uma parábola sensacional que me marcou pra vida. O escritor do livro, como meu irmão, se matou e hoje, nesta data querida, gostaria de compartilhar com muita gente. É mais ou menos assim:
Dois peixes estão nadando e cruzam com um outro mais velho que os cumprimenta:
"E ai, meninos! O que estão achando da água?"
Os dois continuam nadando por um tempinho até que um deles olha pro outro e diz:
"Que porra é essa de água que esse cara falou?"
Eu não sou o peixe mais velho e não ache que esse será um texto cheio de lições de moral, dogmas e verdades, pois não é. Hoje, 17 de julho de 2015, completo 33 anos, e meu intuito além de escrever como sempre faço todo ano, é tentar iluminar com esse texto e com essa parábola que as vezes as realidades mais óbvias são justo aquelas que a gente não enxerga e lembrar que sim, é possível escolher sua maneira de construir significado a partir das suas experiências.
Apesar de meu aniversário ser uma data feliz, sempre trará a lembrança e tristeza de outra data tão triste, dia 30/7 do ano passado foi o dia em que meu irmão mais velho escolheu tirar a própria vida aos 35 anos.
A morte do meu irmão me deixou mais consciente para dois fatos em especial: nós escolhemos o que fazemos com a nossa vida e essas nossas escolhas diárias afetam não só nós mesmos.
Por mais devastador que seja o estado mental de alguém que se mata, existe um momento de escolha de dar apertar o gatilho e dar um tiro na própria cabeça, e daí, diante destes e outros tipos de acontecimentos que somos impotentes, que estão fora do nosso controle, o que nos resta é: como escolhemos lidar com eles?
Conversando com alguém que tanto me ensina tantas vezes sem nem saber Emoticon heart ela me diz ser pessimista em contraste á sua mãe que é otimista, que é quase inocente e acha que tudo vai dar certo. Mas fiquei pensando... Ser otimista não é achar que tudo vai dar certo. Não temos controle sobre quase nada, tantas vezes não vai sair da forma que imaginamos, o mundo não é justo milhares de vezes e não, muita coisa não vai dar certo.
Não é que eu não sinta tristeza de vez em quando, ou que seja um Cândido ou uma Pollyana Moça que acha sempre que está tudo lindo, não se trata de inocência ou de achar que vai dar tudo certo e que vai sair como planejamos. Só que sim, nós (considerando que você não tenha um desequilíbrio químico no seu cérebro e não se trate) podemos ESCOLHER SEMPRE ver os acontecimentos, por mais trágicos que sejam, por um viés positivo. Sim, ser otimista é uma escolha. Ser otimista se trata de como olhamos a vida: o copo esta meio cheio ou meio vazio? Hoje, aos meus 33 anos, eu escolho todos os dias ver ele sempre meio cheio.
Hoje celebro meu ano novo, mais um ano vivo, e estou muito feliz como no ano passado. E queria compartilhar não só minha felicidade de estar aqui, vivo, mas essa simples e óbvia consciência que tudo passa por escolhas, desde a intimidade dos nossos pensamentos até o que escolhemos para nós que afeta as vidas de outros. Essa consciência de algo tão básico e essencial que faz a gente esquecer que a cada segundo a gente escolhe, que faz a gente esquecer "que porra é essa de água."