terça-feira, 24 de novembro de 2015

Aceitação #1

Eu não tenho todas as respostas
E é preciso aceitar que sem muitas eu sairei dessa vida

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Fato #1

Não importa o que fizeram com você.
O que importa é o que você faz com o que fizeram com você.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Andar com fé eu vou...



No ano de 2002, minha mãe retirou um tumor de 30 centímetros do intestino. De acordo com os exames o processo de metástase estava avançado, o que significa que o câncer já estava espalhado por vários outros órgãos. Meu pai também estava com câncer na mesma época, ela já tinha perdido uma irmã, morta aos 30 e poucos anos de câncer, e sabíamos que ela tinha muito medo dessa doença. Lembro bem desse dia de céu azul e de clima agradável em Petrópolis que minha mãe foi diagnosticada com um câncer terminal. Essa época eu não tinha fé em nada. O médico que a operou me garantiu muito fria e arrogantemente que, com perspectivas bem otimistas, ela duraria no máximo uns seis meses. Eu chorei muito e tive medo.

Treze anos se passaram e minha mãe continua bem viva. Meu pai morreu de câncer naquele mesmo ano de 2002. Dois fatores curaram minha querida velha: o tratamento de quimioterapia e radioterapia, e acima destes, o que curou minha senhora foi a fé dela em Nossa Senhora Aparecida.

Essa história da minha mãe sobre a fé é perfeitamente exemplificada com uma piada americana famosa que o Woody Allen conta no início do filme "Igual a Tudo na Vida". A piada conta que um boxeador toma uma surra no ringue, ele é massacrado. A mãe deste lutador assiste da platéia o filho ser espancado, ao lado dela, um padre. Ela pede: "Padre! Padre! Reza com fé pra ele! Reza com fé pra ele!" e o padre "Eu posso rezar, mas se ele se mexesse e socasse um pouco ajudaria muito!"
Essa piada explicita dois pontos que tem a ver com o caso da minha mãe e falam sobre a fé.

O primeiro ponto é que a fé em Deus, Nossa Senhora, seu Deus, as entidades que você acredita, em nós mesmos, em uma causa, objetivo, em si mesmo ou em alguém tem uma mesma premissa em comum: é preciso acreditar.

Já frequentei inúmeras religiões, seitas, rituais. Já li livros sagrados de diferentes fés. Sempre buscando uma doutrina que me fizesse acreditar, ter fé. Nenhuma me satisfazia, eu queria provas, fatos pra poder acreditar. Um mês e pouco antes de meu irmão se matar, eu tinha voltado a rezar. Sem acreditar muito, pedia pra conseguir ter fé, e, que se fosse necessário que algo duro acontecesse na minha vida para que eu tivesse fé, tudo bem. Ironicamente, o suicídio do meu irmão, foi o que me fez pela primeira vez depois de tanta busca, conseguir ter fé. Através desta tragédia percebi o quanto de uma escolha pessoal, e saudável ao meu ver, existe na fé. É como uma frase de um filme bem mediano, chamado Stigmata, que me marcou muito nesse sentido:
Para quem tem fé, nenhuma prova é necessária, pra quem não tem nenhuma será suficiente.

Ter fé é basicamente acreditar em algo impalpável, é uma qualidade, é uma escolha que deveria ocorrer independente de fatores externos. Você acredita porque assim escolhe. Ter fé é dar um salto no escuro num local desconhecido tendo certeza absoluta que existe um local pra você aterrisar. A física quântica diz que podemos mudar nossa realidade dependendo do que acreditamos e projetamos, existem também aqueles estudos sobre atletas que acreditam, têm fé em um resultado, e no cérebro as mesmas exatas áreas usadas no momento real da prova são ativadas, é como se eles estivessem vivendo aquilo de fato. Basta pensar: quão provável é que um atleta ganhe qualquer coisa se antes de mais nada ele não acreditar na própria vitória? Ter fé é acreditar. É preciso acreditar.
O segundo ponto sobre a fé na anedota e em todos os exemplos que dei, é que de nada adianta você ter fé, se ficar sentado esperando tudo acontecer sozinho. Se minha mãe só tivesse ficado rezando e não tivesse feito nenhum tratamento, se o atleta só acreditar e não treinar, se o boxeador ficar parado esperando que Deus resolva tudo por ele, muito provavelmente não vai bastar. É preciso acreditar e é preciso caminhar.

Como diz uma outra frase inesquecível que ouvi na peça A Alma Imoral que tento praticar constantemente: Deus não abriu o mar vermelho e então Moisés caminhou.
Moisés caminhou e o mar se abriu.

Para quem tem fé não importa se a estrada parece tortuosa, se a rua parece sem saída, se parece impossível:
Caminhemos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sobre promessas de eternidade

Não seria verdadeiro
Garantir agora
Que vou te escolher por toda a eternidade

Mas posso
Com toda verdade e vontade
Te garantir neste segundo
Que por toda a eternidade desejo querer te escolher