quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sobre segredos, olhares e o Maicom



lembra do maicom ? o maicom que é de paracambi, interior fluminense, com a queixadagem dele de chegar ali assim, de cueca, me fez refletir sobre segredos, sobre olhares.

os olhos do maicom estavam vermelhos e nao escondiam muita coisa, mas com aquele olhar perdido e meio boçal, maicom leu o meu olhar. uma coisa (que eu nao falei) foi que quando ele perguntou se vcs estavam sozinhas, maicom, em toda sua rudimenteza garoto de cuecas da cidade de Paracambi, leu nos meus olhos, no olhar que lancei pra vc naquele momento que tinha alguma coisa secreta ali. eu falei que nao estava com ninguém, mas ele insistiu confirmando com o "ãhn" característico depois de cada frase junto com o sorriso psicopata: "aquela ali (vc) é sua né? ãhn?" eu insisti que nao, e ele disse que eu "tava de caô - ãhn?"  eu ri e ele me perguntou o nome da outra e o resto da história vc já sabe.

o olhar, os olhos, o que se esconde por trás... gosto da sensação de eu, sozinho aqui, com minhas idiosincrasias e visões de mundo secretas, pensando e escrevendo sobre o que vc me causa.

gostei de escutar suas visões sobre uma festa de aristocratas em Ipanema olhando no fundo do seu olho, e por 5 segundos que duram 3 horas esquecer que eu estou no trânsito de copacabana e imaginar: será que ela imagina o fascínio que ela exerce nesse momento?

gostei caminhar atrás da sua figura numa trilha com uma luz linda, chapado que parecia um sonho e de chegar perto o suficiente da sua nuca pra sentir seu cheiro, e vc me olha,  inocentemente, (ou talvez nao pq vc nao acredita em incocências né?) sem vislumbrar que I have butterflies in my stomach.

gosto da surpresa de acidentalmente achar uma meia (cheirosa ainda por cima... sim eu cheirei. hahaha)  no meio dos meus travesseiros, e de acordar pra dar aula e ver vc agarrada no meu edredom com a boca aberta e cara de troncha, e estando na aula aqui agora, escrevendo no celular enquanto essas alunas nao fazem idéia que eu penso nisso tudo.

continuo levando em consideração as coincidências secretas que pra alguns podem ser estúpidas,  como vc achar pontos comuns entre eu e sua última paixão, de termos histórias parecidas (mas eu com inteligência emocional, desculpa ae, seu ex burro), como os nossos copos azuis do vinho serem os únicos pares no domingao do salmao, como nossa forma preguiçosa como eu e vc falamos, como o pingente de coruja que acorda misteriosamente na minha cama em Petrópolis, como as figas no nosso peito, e a sincronicidade de vc estar aqui presente justo num momento de virada tão bom da minha vida. e de fato são baboseiras, mas ao mesmo tempo sao fascinantes.

vc falou que algumas relações suas tinham algo de secreto e por tudo que eu falei aqui entendo o fascínio desse poço. gosto muito de te olhar. ponto. mas gosto muito do fato de te olhar depois de vc ter lido isso, te olhar com meu sorrisinho no rosto que diz: eu sei que vc sabe, vc sabe que eu sei. só. eu e vc aqui compartilhamos esse segredo, de saber que vc nao fala nada, mas sabe muito do que tem por tras do segredo do meu olhar. algumas pessoas percebem que tem algo no ar na cozinha de yakissobas e pipocas e perguntam, a namorada dele no ano passado, a minha roomate dessa vez. mas saber? só eu e vc.


prefiro acreditar que sim, algo além desses olhares secretos vai acontecer entre nós. mas nao depende só de mim e como falei domingo e acabei de te dizer depois que vc queimou seu pão: fogo baixo Mulher! fogo baixo deixa as coisas mais gostosas ao contrário do que o Maicom pensa. e tb nao pense que escrevo esse texto só com essa finalidade de que algo aconteça além de olhares. escrever é de alguma forma uma maneira gostosa de tentar encontrar palavras pra esses segredos por trás do meu olhar. escrever é uma maneira de tentar imortalizar, ou sei lá, tornar mais sólido e palpável o que vc me causa. escrever isso é ser franco, comigo e com vc. poderia e ainda pretendo te falar tudo isso, mas além do fato de vc ser claramente uma bocó tabaroa mór pra receber elogios e ouvir coisas desse tipo, as palavras não ficariam registradas, gravando esse instante, que na pior das hipóteses vai ser só um texto sobre o meu olhar fascinado por uma mulher.


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