Ando em busca do verdadeiro amor. Lendo esse título é difícil não pensarmos imediatamente no amor, em amar e sermos amados, difícil não associarmos esse amar e sermos amados, ao romance entre duas pessoas, a um relacionamento. E se não aos amantes então associamos o verdadeiro amor aos pais, a um filho, ao melhor amigo, enfim, aos mais próximos e queridos. Mas o verdadeiro, mais sublime e difícil amor de se cultivar não é o desses exemplos.
No uso diário desse amor que eu vou falar aqui neste texto, quase todos nós somos bem medíocres.
Quando uso medíocre, eu não quero dizer com a conotação negativa que essa palavra carrega, mas medíocre no sentido literal de estarmos assim, meio marromeno, meia boca, bem aquém do nosso potencial máximo de amar.
Hoje sigo o a linha do Mestre Irineu do Santo Daime, e este caminho me torna uma pessoa ais doce. Mas penso que acima de qualquer religião existem princípios e exemplos que se seguidos fariam a existência de todos melhor e mais fácil, e se é bom pra todo mundo, é bom pra TODO o mundo. Já frequentei inúmeras religiões, de Umbanda, passando por Budismo até Metodistas, posso dizer que peguei algo de positivo de todas. Um destes exemplos, é o personagem de Jesus.
Digo personagem porque pouco importa se você não acha que a história da bíblia é real, se Jesus existiu de fato, se você é ateu ou pastor evangélico, acima das nossas crenças e fé deveriam importar os exemplos e ensinamentos de amor que podemos tirar desta entidade e de sua história. Fiquei pensando na profundidade e utilidade de:
Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei.
Digo personagem porque pouco importa se você não acha que a história da bíblia é real, se Jesus existiu de fato, se você é ateu ou pastor evangélico, acima das nossas crenças e fé deveriam importar os exemplos e ensinamentos de amor que podemos tirar desta entidade e de sua história. Fiquei pensando na profundidade e utilidade de:
Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei.
Se nós amássemos aos outros, de verdade, como nos amamos, tenho certeza que o mundo seria melhor. Essa compaixão e paciência que estou aprendendo a ter com meus erros, minhas ausências e minhas mesquinharias, quero cada vez mais ter com as falhas e vacilos dos outros. Mas sabemos quem nem todo mundo se ama, e muita gente nem sabe disso, então tratar um completo estranho como eu me trato? É difícil.
Se nós amássemos aos outros, pelo menos como amamos nossa família, nossos amigos, não tenho dúvida que a vida seria mais justa pra todo mundo. Mas tratar um desconhecido como tratamos nossos mais chegados? É bem difícil.
Aí você começa a dirigir e pensa nisso tudo. Um otário te dá uma fechada violenta no trânsito. Você olha a revista na banca e vê aquele filho da puta milionário que deu propina para um político desgraçado que usou dinheiro público pra comprar a ilha dele em Angra onde dá festas regadas a MUM e putas, e quando chega na repartição pública uma vagabunda te atende muito mal e tem uma má vontade escrota pra te ajudar a resolver o seu problema. Eis uma ótima oportunidade. Com certeza a gente não sentiria a mesma raiva do otário, do filho da puta, do desgraçado e da vagabunda, se eles fossem respectivamente seu pai, seu irmão, seu melhor amigo e sua mãe. Estranhos que nos causam ódio mereciam a mesma paciência e compaixão que a gente tem, ou tenta ter, com os nossos mais chegados e queridos, com nós mesmos.
Aí você começa a dirigir e pensa nisso tudo. Um otário te dá uma fechada violenta no trânsito. Você olha a revista na banca e vê aquele filho da puta milionário que deu propina para um político desgraçado que usou dinheiro público pra comprar a ilha dele em Angra onde dá festas regadas a MUM e putas, e quando chega na repartição pública uma vagabunda te atende muito mal e tem uma má vontade escrota pra te ajudar a resolver o seu problema. Eis uma ótima oportunidade. Com certeza a gente não sentiria a mesma raiva do otário, do filho da puta, do desgraçado e da vagabunda, se eles fossem respectivamente seu pai, seu irmão, seu melhor amigo e sua mãe. Estranhos que nos causam ódio mereciam a mesma paciência e compaixão que a gente tem, ou tenta ter, com os nossos mais chegados e queridos, com nós mesmos.
Agora imagine um bilionário que explora seus funcionários ao extremo para acumular mais e mais para si e pros seus, resolve olhar o seu empregado do mais baixo escalão com o mesmo carinho e generosidade que olha pros seus filhos, pra si mesmo. E aqui não falo de dar mais grana ou dar bens materiais, porque seria fácil demais e seria pressupor que todas as pessoas alcancem a plenitude buscando e satisfazendo seus desejos materiais. Imagine um olhar desse milionário para esse funcionário, um olhar de estar verdadeiramente preocupado com que esse ser humano atingisse o que quer que fosse sua idéia de plenitude e prosperidade. E aí imagine que esse mesmo empregado tem o mesmo olhar pro seu empregador. É desse amar que eu falo.
Porque no amai-vos uns aos outros não existe hierarquia, mas quando a gente vê um exemplo de poder e opressão a gente pensa sempre que só com o oprimido que temos que ter compaixão e amor, o opressor que se exploda. Somos todos iguais, todos fazemos coco, todos temos que respirar pra viver, estamos todos conectados e não há olhar de baixo pra cima ou de cima pra baixo. Somos todos humanos, estamos todos aqui, juntos, vivos, co-existindo de forma as vezes mais direta, as vezes mais indireta, mas sempre parte de um só filme onde o que quer que eu altere na minha parte da história eu altero a sua parte da história, eu altero o filme todo. Por isso disse que considero esse amor o mais sublime de todos, porque esse de fato requer paciência, superação, doçura e amor acima da média, amor bem acima do nossa forma medíocre de amar.
Dedico este texto ao otário da Land Rover preta que há 2 horas atrás me deu uma fechada na Aimberé com Heitor Penteado e ainda me mandou ir tomar no cu.
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