quarta-feira, 20 de março de 2013

An exercise in futility


por várias razões, penso que imaginar quem eu vou ser no futuro ou como vai ser minha vida no futuro é "an exercise in futility".
(caso vc seja um leitor burro que não considerou que inglês seria importante no FUTURO de qualquer um , observando o domínio bélico e econômico Americano, segue a definição... em inglês)
http://dictionary.reverso.net/english-definition/an%20exercise%20in%20futility


sempre tive dificuldade de pensar sobre o futuro. me imaginar com 60 anos, 50, ou até mesmo daqui a 9 anos, com 40, nunca consegui. a começar pq sempre achei que ia morrer cedo, e esse cedo já passou, pq achava q seria aos 20 e poucos anos. errei e to achando maneiro estar errando, se vc quer saber.
eu imaginava que ia ser engenheiro, só pq em alguma conversa de algum adulto, algum dia eu ouvi essa profissão e dizia q ia ser isso até os 12 anos, sem nem saber o q um engenheiro fazia.

minha irmã já tem 40 anos, e  eu não consigo vislumbrar o que é ser isso de ter 40 anos ou ter isso de ser 40 anos. digo já tem, pq lembro bem do tempo que ela era a adolescente quase adulta de 18 e eu com 8. e hoje ela já com um filho adolescente quase adulto de 12 e eu com 30.
(o alfonso, meu sobrinho de 12 que vi com 0, hoje já fez coisa aos 11 que só fiz com 18).
conviver com meus sobrinhos é como me lembrar cada fase da minha vida. vc meio que relembra como foi aquela SUA adolescência ou infância, inclusive as visões que vc tinha de futuros através da SUA perspectiva naquela época, futuros q hoje são seu presente, ou até passado. qdo tinha 12 via um cara de 30 anos como um negócio meio velho, casado, com filhos, carreira sólida, super sério e maduro. certamente a minha visão de um eu de 30 anos não teria os dilemas e dúvidas e incertezas e idiotices escrotinhas que me infernizam ate hoje.

por isso insisto que é desperdício de energia imaginar quem serei e como será o futuro(mesmo que seja um futuro florido em floripa com a floriana, flor da minha vida). é praticar um pouco mais da arte burra de ser esse adulto ( q já sou por tempo mais que suficiente diga-se de passagem) que pensa e racionaliza cada vez mais e sente cada vez menos. a maior generosidade que eu posso ter com meu futuro é estar muito presente no presente. nao tem como saber quem eu vou ser, ja que isso depende mto das experiências que eu vou viver, e mais, de como eu vou sentir e interpretar essas situações qdo, e se, elas vierem. e como eu vou interpretar e sentir depende de milhões de livros que eu posso ler, palavras que posso ou nao escutar,  filmes que posso ver, mortes que posso presenciar, amores que vou perder, pessoas que conheci...

nao se trata de nao imaginar, ou de nao projetar metas e objetivos, mas sim de aceitar que por mais que eu imagine trace e pense, uma escolhazinha diferente pode mudar tudo, tudo pode ser mto mais caótico do que planejei... sem mencionar uma possível hecatombe zumbi ( a qual estarei mto bem preparado, cola comigo que vc vai se dar bem) ou outras catástrofes globais que fogem completamente do meu controle. por exemplo com 15 anos eu imaginava com uma convicção assustadoramente burra que seria militar aos 18(como acho idiota isso. da perspectiva de hoje), qdo na verdade acabei limpando banheiros e servindo mesas em NY onde aprendi a expressão perfeita pra definir o que é ficar pensando sobre o que será o futuro:"an exercise in futility"

jamais imaginaria (sem a conotação de julgamentos de valor de certo, errado, bom ou ruim) que limpar mesas e tirar os sacos pretos de 20 litros de papel sujo de coco e menstruação em NY seria meu futuro tão próximo.
fato é que o caminho que me levou a esse futuro jamais teria acontecido se o pai dela não tivesse mudado de Portugal pro Brasil conhecido a mãe dela e se mudado pra NY, e se ela não estivesse estudando Psicologia onde eu aos 18(militar porra nenhuma) resolvi estudar Ciência da Computação, e se eu não tivesse reconhecido ela num dia aleatório de sol caminhando pela rua 16 de março em Petrópolis e se não tivesse decidido ir morar com ela em NY, e se, se, se e mais trilhões de "ses".

tudo é mto mais complexo do que parece. a gente só vê um décimo do que é a nossa realidade.
existem um zilhao de consequencias conectadas a cada escolha q a gente faz, e a gente pode arruinar nosso futuro a cada vez que a gente escolhe.
e o irônico é que talvez vc só saiba que escolha te levou a tal lugar 20 anos depois, talvez vc nunca saiba q escolha te levou a viver esse momento q vc esta vivendo aqui, agora, lendo esse texto.
tenta entender como vc chegou ao fim do seu namoro.
tenta entender como vc chegou ao final da sua vida.
se vc não tivesse, se ele não tivesse, se ela tivesse, se, se, se...
e esse último parágrafo não seria parte do monólogo inicial da peça que eu escrevi e estou dirigindo se eu não tivesse decidido desde algum tempo que não dá e nem vale ficar pensando no que vai ser meu futuro, pq meu futuro de militar aos 18 que eu imaginei aos 15,  certamente não escreveria essa história.

An exercise in futility- enough said

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