segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sobre a distância

Leeds, Inglaterra- Crianças brincando com restos de bombas da 2nda Guerra.
Quando achavam minha inocência virtude, eu não sabia o que era inocência, nem sabia que eu era inocente. Parece que foi ontem, mas lembro que o que sou hoje estava há anos luz do que eu era então... Naquela época eu que achava que o que sou hoje para sempre seria amanhã... Se é que eu já achava alguma coisa então... Mas o que já foi amanhã é meu hoje, e ser inocente não é mais virtude.
Hoje a rua é igual, mas não é mais a mesma... A casa é a mesma, mas é diferente... Sou uma pessoa diferente, mas tão igual...
Quando eu sorria porque era simples, eu simplesmente não imaginava como seria fácil complicar minha facilidade de sorrir... E hoje estou aqui e vejo tudo á distância... Distante do dia em que ficar mais velho era motivo de comemoração, distante de uma visão de um mundo em que o pátio da minha escola era quase infinito, tudo era colorido e divertido, distante da diversão nas coisas mais triviais, distante de uma felicidade que brotava fácil e sem razão de dentro de mim... Distante, mas não poderia estar mais perto... A criança que fui no passado continua presente dentro de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário